11 de abr. de 2011

É TEMPO DE CRESCER!

ADORAÇÃO COMO EVENTO
TEXTO: Atos 10: 01-08

INTRODUÇÃO
Todas as experiências humanas podem ser localizadas no tempo: ontem, hoje, há dois anos, minutos atrás...
Mas é a qualidade da experiência que determina a qualidade do tempo em que ela ocorre: momentos, acontecimentos ou eventos
.
Os momentos são caracterizados pelas experiências de rotina, isto é, pelas experiências comuns do cotidiano (trajeto casa-trabalho, atividades do dia-a-dia, notícias corriqueiras, situações de lazer e de descanso). Dificilmente permanecem em nossas lembranças.
Os acontecimentos, por sua vez, são caracterizados por experiências que chamaremos aqui de experiências de processo, ou seja, aquelas que ocorrem como uma espécie de "desfecho" para esforços empreendidos ou expectativas criadas (datas especiais, formaturas, descobertas científicas, fatos históricos...). São marcantes e dificilmente esquecidas.
Os eventos, porém, são caracterizados por experiências arrebatadoras, transformadoras, inigualáveis (paixões, experiências religiosas, revoluções científicas, tecnológicas, sociais, políticas ou militares...).
Quando ocorrem, estabelecem uma nova linguagem e uma nova maneira de compreensão da vida. São inesquecíveis e dividem a história em antes e depois.
A experiência da adoração também pode ser qualificada como momento, acontecimento ou evento, de acordo com o impacto gerado na vida do adorador.
A adoração como momento jamais vai além de uma experiência de rotina comunitária.
A adoração como acontecimento geralmente representa um "marco" para a memória, mas nem sempre apresenta-se como fator de renovação e mudança. Emociona mas não transforma.
Já a adoração como evento pode ser caracterizada como uma experiência de intimidade com Deus: arrebata e transforma.
É de uma experiência de adoração como evento que a comunidade cristã necessita.
A experiência de Cornélio pode ser considerada um exemplo de adoração como evento.
Nela nos deparamos com uma visão de anjo que implica mudanças significativas no contexto da cristandade primitiva.
Por sinal, as experiências de Cornélio e de Pedro no livro dos Atos dos Apóstolos funcionam como uma espécie de elemento de transição e de ligação para as experiências do colégio apostólico (representado por Pedro) em Jerusalém e de Paulo entre os gentios.
Um verdadeiro evento na história do cristianismo iniciante.
Mas a experiência de Cornélio não transformou-se em evento por razões acidentais ou arbitrárias.
Reflete um caminho percorrido e oferecido, no texto, como desafio de adoração para o crente. Em outras palavras, o exemplo de Cornélio nos apresenta alguns passos para uma adoração verdadeira que se transforme em evento de implicações pessoais e coletivas.

1. FAÇA DA EXPERIÊNCIA PESSOAL DE ADORAÇÃO UMA EXPERIÊNCIA DE TEMOR A DEUS!
Cornélio ainda não era um cristão, mas já era um homem temente a Deus (vv. 1 e 2a).
Suas orações eram mais do que uma expressão de religiosidade. Eram uma expressão de fé.
A adoração de Cornélio não era uma prática litúrgica e sem vida, mas um reconhecimento da existência e da acessibilidade de Deus. Este reconhecimento é a grande motivação da verdadeira adoração.
A adoração jamais será evento se transformada em mera formalidade. Não passará de um momento marcado pela rotina e pela obrigatoriedade.
A verdadeira adoração está "além e acima" das circunstâncias litúrgicas. É uma experiência de temor a Deus.

2. FAÇA DA EXPERIÊNCIA PESSOAL DE ADORAÇÃO UMA EXPERIÊNCIA DE VIDA E PRÁTICA!
Cornélio, conforme diz o texto, dava esmolas e orava continuamente (v. 2b). Suas orações não estavam separadas de sua ética e não limitavam-se aos momentos devocionais.
Cornélio superou o risco da parcialidade na experiência da fé e assumiu a adoração como "estilo" de vida.
Sabia, em seu coração, a respeito da contínua presença de Deus. Esta, aliás, deve ser, em todo tempo, a grande força mantenedora da adoração.
A adoração jamais será evento se restrita a situações de necessidade.
Não deve ser praticada quando do interesse do adorador em alcançar uma graça divina. Nem subordinada a conquistas e vitórias que lhe dêem ocasião.
A verdadeira adoração é sempre uma experiência de relacionamento com Deus e não apenas uma resposta à situação.

3. FAÇA DA EXPERIÊNCIA PESSOAL DE ADORAÇÃO UMA EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA!
Cornélio, depois da visão e das palavras do anjo, chamou seus empregados e contou-lhes tudo (vv. 7 e 8).
 Não guardou para si o que experimentara, como se fosse um segredo para ser mantido a sete chaves. Pelo contrário, compartilhou-o, superando a tentação da individualidade e transformando a experiência da adoração em experiência de comunhão.
A adoração jamais será evento se reduzida a expressões egocêntricas.
Não diz respeito ao sujeito isolado e ocupado demais com seus próprios problemas e angústias.
Diz respeito a Deus e ao seu interesse por todas as famílias da terra. Impacta o adorador de tal forma que transforma-o em mensageiro.
A verdadeira adoração é testemunho da graça de Deus.

CONCLUSÃO
O desafio posto diante do adorador pela visão de Cornélio é o desafio de uma experiência de adoração que se manifeste como evento.
É preciso superar a tentação do comodismo que conduz tão somente à adoração como momento. Chega de rotina!
É preciso superar a tentação das alternativas de "escape" que conduzem à adoração como acontecimento: supre expectativas, emociona, alivia, mas não transforma o adorador.
É preciso experimentar a adoração como evento que arrebate, transforme, e que faça do adorador um mensageiro, um cristão autêntico, um amigo de Deus.
Em Jesus encontramos mais um exemplo de adoração como evento. No monte da transfiguração, lugar onde orou com alguns de seus discípulos, o filho de Deus experimentou tamanha comunhão com o Pai que seu semblante transformou-se.
Personagens importantes do Antigo Testamento visitaram-lhe e uma voz vinda do céu lhe confirmou o ministério terreno.
Seus discípulos o viram como nunca antes. Seus corações renovaram-se. Jesus era realmente o "filho amado, a quem deveriam ouvir".
A história encontrou seu auge, o Messias estava entre seu povo. Um verdadeiro evento, coroando um ministério de temor a Deus, espiritualidade contínua e proclamação do evangelho. 
Assim deve ser com cada adorador que se apresenta diante do trono da graça em espírito e em verdade.
O mesmo Espírito que atuou poderosamente em Jesus, em Cornélio, está presente na vida de todo adorador como Esperança de uma adoração como evento.
Que o Espírito Santo conceda graça e força para uma adoração transformadora e inesquecível.


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